A INVASÃO DOS TAXISTAS CLANDESTINOS NA CAPITAL PARAIBANA. MOTORISTAS DE CIDADES DISTANTES QUE FORMAM PRAÇAS EM JOÃO PESSOA. O ESQUEMA DE PAGAMENTO DE PROPINAS ENTRE OS CLANDESTINOS E FUNCIONÁRIOS DE HOTÉIS. A DIFICULDADE DE QUEM TRABALHA REGULARMENTE E PAGA TODOS OS IMPOSTOS
Em outubro de 2013 o assassinato da líder sindical camponesa Margarida Maria Alves completou trinta anos. Ninguém Jamais foi condenado pelo crime. Nós voltamos a Alagoa Grande na companhia de Arimatéia, filho de Margarida, que tinha apenas oito anos quando tudo aconteceu.
sábado, 3 de novembro de 2012
De pai pra filho. Assim foi
durante gerações. Nordestinos, desterrados ou residentes, tiveram na música e
na indumentária de Luiz Gonzaga um símbolo, um mito e, principalmente, uma âncora
que os mantinha firmes em suas raízes. Lembro que, na infância, na festa de São
João na casa da minha família, não podia faltar o novo LP do Rei do Baião. Junho
passava ao som de Pagode Russo, Deixa a tanga voar, Forró número um e
Sanfoninha choradeira.
De pai pra filho. Vi o filme de Breno
Silveira. História centrada no conflito entre Gonzagão e o filho Gonzaguinha. No
pano de fundo, a trajetória deste extraordinário artista/inventor Luiz Gonzaga.
Filme honesto, que não caiu na tentação de retratar o Rei como um personagem
impecável. São os erros dele, os amores frustrados, as tragédias, os
desencontros com o filho, a genialidade musical e a alegria criativa das
performances nos palcos que fazem do filme uma obra emocionante. Em algumas passagens, olhos marejados não são
difíceis de encontrar, mesmo no escuro da sala. O diretor correu o risco de
contar a história de um mito e, a meu ver, teve sucesso.
Na saída, passando numa loja,
encontrei o CD duplo da turnê A vida do viajante, que reuniu Gonzaguinha e
Gonzagão. Reconciliados após anos de desencontros, eles emocionaram o Brasil com
um show que mesclava as duas obras e que foi a celebração do reencontro afetivo
e musical de dois universos, tão distantes e tão intimamente ligados. No encarte,
Gonzaguinha fala de como nasceu o projeto do show e como foi importante para
eles. Diz que, no começo, só ele, e “Caixa D’água, um ‘louco’ de João Pessoa”,
acreditavam no sucesso da empreitada.
Eu já desconfiava que Mané Caixa D’água sabia
das coisas, só não imaginava que tinha dedo dele nisso...
Hoje à tarde acompanhei o enterro de Jonathan Henrique, de 4 anos de idade. Ele foi assassinado sábado à noite, quando bandidos que estariam procurando o pai dele, atiraram contra a casa e atingiram o garoto na cabeça e nas costas.
Como se a situação não fosse suficientemente absurda e chocante, o velório contou com forte proteção policial. Havia rumores de que os integrantes do grupo que praticou o crime, a despeito da prisão de três suspeitos, poderiam ir até o local para tentar aumentar o rastro de sangue.
A visão das viaturas e dos policiais fortemente armados, em contraste com o desespero da mãe, é de um absurdo surreal que está se tornando corriqueiro. Tamanha é a barbárie em que vivemos que algumas mães não podem mais chorar a morte de seus anjos sem a presença protetores armados.
As investigações apontam para um conflito que tem o tráfico de drogas na origem.
O Sítio Pau D'arco deu ao mundo um gigante das letras. Das terras ao redor de Sapé saiu Augusto dos Anjos, visionário, inovador, singular.
Incompreendido pela maioria de seus contemporâneos - como boa parte dos gênios que, enxergando á frente, não conseguia ser visto por quem permanecia com os olhos na terra - deixou um único livro e mais alguns poemas publicados em jornais.
Mas a despeito da produção pequena, Augusto e seu Eu marcaram para sempre a literatura em língua portuguesa.
Um gigante caminhou sobre a Paraíba e deixou um legado para a humanidade.
Uma manhã de junho - mês em que nossas raízes musicais voltam à tona - e tenho a oportunidade de conversar com uma figura simbólica de nossa tradição.
Em João Pessoa para um show com a Orquestra Sinfônica jovem da Paraíba, Dominguinhos foi ao estúdio da rádio CBN para uma entrevista à jornalista Edileide Vilaça. Além da conversa - que passou pelas histórias com Luiz Gonzaga, pela invasão do forró estilizado, pela música de duplo sentido e pelos parceiros musicais - o mestre tocou seu acordeom e cantou para os ouvintes.
Em Dominguinhos surpreende a simplicidade. À despeito de ser uma lenda viva, de ser um dos maiores músicos do Brasil e de ter como parceiros outros gigantes como Gilberto Gil e Chico Buarque, ele não perde o jeito de nordestino interiorano. Na verdade, ele traz nos genes as raízes que faz transparecer na música. Com sua maneira de ser, lembra sempre alguém que já conhecemos, parece gente da família.
Reproduzimos a seguir uma das pérolas que ele executou para os ouvintes: