sábado, 3 de novembro de 2012


De pai pra filho. Assim foi durante gerações. Nordestinos, desterrados ou residentes, tiveram na música e na indumentária de Luiz Gonzaga um símbolo, um mito e, principalmente, uma âncora que os mantinha firmes em suas raízes. Lembro que, na infância, na festa de São João na casa da minha família, não podia faltar o novo LP do Rei do Baião. Junho passava ao som de Pagode Russo, Deixa a tanga voar, Forró número um e Sanfoninha choradeira.

De pai pra filho. Vi o filme de Breno Silveira. História centrada no conflito entre Gonzagão e o filho Gonzaguinha. No pano de fundo, a trajetória deste extraordinário artista/inventor Luiz Gonzaga. Filme honesto, que não caiu na tentação de retratar o Rei como um personagem impecável. São os erros dele, os amores frustrados, as tragédias, os desencontros com o filho, a genialidade musical e a alegria criativa das performances nos palcos que fazem do filme uma obra emocionante.  Em algumas passagens, olhos marejados não são difíceis de encontrar, mesmo no escuro da sala. O diretor correu o risco de contar a história de um mito e, a meu ver, teve sucesso.

Na saída, passando numa loja, encontrei o CD duplo da turnê A vida do viajante, que reuniu Gonzaguinha e Gonzagão. Reconciliados após anos de desencontros, eles emocionaram o Brasil com um show que mesclava as duas obras e que foi a celebração do reencontro afetivo e musical de dois universos, tão distantes e tão intimamente ligados. No encarte, Gonzaguinha fala de como nasceu o projeto do show e como foi importante para eles. Diz que, no começo, só ele, e “Caixa D’água, um ‘louco’ de João Pessoa”, acreditavam no sucesso da empreitada.

Eu já desconfiava que Mané Caixa D’água sabia das coisas, só não imaginava que tinha dedo dele nisso...


segunda-feira, 2 de julho de 2012

ABSURDO COTIDIANO





Hoje à tarde acompanhei o enterro de Jonathan Henrique, de 4 anos de idade. Ele foi assassinado sábado à noite, quando bandidos que estariam procurando o pai dele, atiraram contra a casa e atingiram o garoto na cabeça e nas costas.

Como se a situação não fosse suficientemente absurda e chocante, o velório contou com forte proteção policial. Havia rumores de que os integrantes do grupo que praticou o crime, a despeito da prisão de três suspeitos, poderiam ir até o local para tentar aumentar o rastro de sangue.

A visão das viaturas e dos policiais fortemente armados, em contraste com o desespero da mãe, é de um absurdo surreal que está se tornando corriqueiro. Tamanha é a barbárie em que vivemos que algumas mães não podem mais chorar a morte de seus anjos sem a presença protetores armados.

As investigações apontam para um conflito que tem o tráfico de drogas na origem.

Mas, o que Jonathan tinha com isso? 

terça-feira, 12 de junho de 2012

POESIA PARA O DOZE DE JUNHO

Hoje, dia dos namorados, um pouco do lirismo Vinícius de Moraes pela voz de Maria Bethânia. Soneto do Amor Total.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

CEM ANOS DEPOIS O EU PERMANECE

O Sítio Pau D'arco deu ao mundo um gigante das letras. Das terras ao redor de Sapé saiu Augusto dos Anjos, visionário, inovador, singular.

Incompreendido pela maioria de seus contemporâneos - como boa parte dos gênios que, enxergando á frente, não conseguia ser visto por quem permanecia com os olhos na terra - deixou um único livro e mais alguns poemas publicados em jornais.

Mas a despeito da produção pequena, Augusto e seu Eu marcaram para sempre a literatura em língua portuguesa.

Um gigante caminhou sobre a Paraíba e deixou um legado para a humanidade.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

ENCONTRO COM UM MESTRE NORDESTINO


Uma manhã de junho -  mês em que nossas raízes musicais voltam à tona - e tenho a oportunidade de conversar com uma figura simbólica de nossa tradição.

Em João Pessoa para um show com a Orquestra Sinfônica jovem da Paraíba, Dominguinhos foi ao estúdio da rádio CBN para uma entrevista à jornalista Edileide Vilaça. Além da conversa - que passou pelas histórias com Luiz Gonzaga, pela invasão do forró estilizado, pela música de duplo sentido e pelos parceiros musicais - o mestre tocou seu acordeom e cantou para os ouvintes.

Em Dominguinhos surpreende a simplicidade. À despeito de ser uma lenda viva, de ser um dos maiores músicos do Brasil e de ter como parceiros outros gigantes como Gilberto Gil e Chico Buarque, ele não perde o jeito de nordestino interiorano. Na verdade, ele traz nos genes as raízes que faz transparecer na música. Com sua maneira de ser, lembra sempre alguém que já conhecemos, parece gente da família.

Reproduzimos a seguir uma das pérolas que ele executou para os ouvintes:


terça-feira, 5 de junho de 2012

USUÁRIOS DENUNCIAM PBPREV

Na recepção os pacientes esperam


Na manhã desta terça-feira usuários do PBPrev, antigo IPEP, denunciaram deficiências no atendimento e na estrutura do laboratório de análises clínicas. O usuário Severino Ramos disse que sempre falta alguma coisa: "Semana passada era a impressora que não estava funcionando para imprimir as requisições, hoje está faltando água e os profissionais que lidam com fezes e urina não têm como lavar as mãos entre um atendimento e outro." Nós conversamos com servidores e eles confirmaram a falta d'água, mas verificamos que na torneira do jardim o abastecimento estava normal. Pedimos pra verificar as torneiras das instalações internas, mas um funcionário fechou a porta antes de termos acesso.

Na torneira do jardim, a água não falta.

Por conta da falta d'água, os exames de fezes e urina não estavam sendo feitos. A paciente Luciene Balbino, disse que todo mundo teve que jogar foras as amostras. "A lixeira da recepção está cheia de potes de amostras." 

Potes de coleta de fezes e urina no lixo.

Os usuários, que estavam no local desde às sete da manhã, ficaram por horas esperando sem poder ir ao banheiro. O local estava interditado e a porta amarrada com um barbante.


Porta do banheiro amarrada com um barbante.

 Nós tentamos falar com o diretor do laboratório, identificado pelos funcionários como Doutor Wilson, mas ele mandou dizer que estava ocupado e não iria falar.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

OPERAÇÃO DA PF NO CENTRO ADMINISTRATIVO DE JOÃO PESSOA - VEJA VÍDEO



Na manhã de hoje a Polícia Federal apreendeu documentos e HDs de computadores no Centro Administrativo Municipal em João Pessoa. A Operação Logoff teve o objetivo de reunir novas provas de irregularidades na licitação e na execução do Projeto Jampa Digital, que deveria disponibilizar internet de graça em vários bairros da Capital.

A PF também esteve na sede da empresa Idéia Digital na Bahia e em filiais no estado de Pernambuco. A Idéia foi a empresa que venceu a licitação e foi contratada para executar o Jampa Digital.

Os computadores e documentos foram apreendidos nas divisões de compras e de licitações da Secretaria de Administração de João pessoa.

Nós conversamos com o procurador jurídico da prefeitura, Vandalberto Carvalho. Ele disse que as informações já tinham sido repassadas e que a atitude da PF foi redundante.