Ontem foi um dia literariamente especial. Logo de manhã ao acessar o site do escritor, jornalista e crítico de TV Anco Márcio (www.ancomarcio.com), me deparei com um post que tecia comentários sobre meu trabalho como repórter. Fiquei feliz com as referências elogiosas, principalmente por dois motivos: Anco entende do assunto e não precisa fazer elogios para agradar ninguém.
A literatura? Bem, quando criança eu tinha entre os meus preferidos dois livros de Anco Márcio : Historinhas de Ninar e A invasão do Reino Encantado de Mimesópolis.
Mas a coisa não acabou por aí. No começo da tarde um carteiro me entregou um exemplar de O cristal dos verões, livro lançado em 2007 pela Editora Escrituras para comemorar os 40 anos da poesia de Sérgio de Castro Pinto. Dias atrás, o próprio Sérgio entrou em contato comigo pelo Facebook e perguntou se eu tinha um exemplar. Diante da negativa, fez a gentileza de me enviar o volume, que vem se juntar a outros que tenho do grande poeta paraibano.
O cristal dos verões contém poemas de todos os livros de poesia de Sérgio: Gestos Lúcidos (1967), A ilha na ostra (1970), Domicílio em trânsito (1983), O cerco da memória (1993), A quatro mãos (1996) e Zôo imaginário (2005).
A leitura é obrigatória para qualquer um que se interesse por poesia e literatura. Sérgio é, na minha opinião e sem demérito para os demais, o maior poeta paraibano vivo e um dos maiores do Brasil. Um arquiteto dos versos, com o rigor e um João Cabral de Melo Neto, mas com um humor que passa longe da sisudez do Camarada diamante.
Reler poemas como Rio-têxtil, Camões/Lampião, Noturnos, Atos Falhos e A coruja é um delicioso exercício nostálgico e estético.
Para compartilhar um pouco desta boa sensação, reproduzo aqui uma das pérolas desses 40 anos de poesia:
POETA X POEMA
nem sempre o poeta
ronda o poema
como uma fera a presa.
às vezes, fera presa e acuada
entre as grades do poema-jaula,
doma-o o chicote das palavras.
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