Haryanne Arruda de Araújo nasceu em Pombal, mas sempre morou em João Pessoa. Filha de um Engenheiro Agrônomo e de uma Funcionária pública acabou enveredando pelo jornalismo. Atualmente é editora do jornal JÁ e também repórter e apresentadora da Tv Correio. Numa conversa informal ela falou ao Televisionário sobre profissão, redes sociais, família, amigos e diversão.
_Há uns tempos atrás você mostrava no Orkut uma foto sua quando criança. Aquela menininha já pensava em jornalismo ou televisão?
Eu comecei a me interessar por jornalismo por volta dos 17 anos, quando eu acessava o mIRC (um dos primeiros bate-papos da internet). Naquela época, eu acessava com o nick de LoisLane (namorada do Superman que é jornalista). Dai acho que transformei o virtual em real. E hoje adoro a profissão.
_Você curte internet, tecnologia, redes sociais, não é?
Desde que me entendo por gente, tenho acesso às novas tecnologias. Acho que muito foi influencia do meu pai, que sempre esteve à frente de seu tempo em relação a isso. Lembro que, quando eu tinha uns 10 anos, ele comprou o primeiro computador. Então passei por muitas etapas na questão informática e tudo que sei hoje eu aprendi fazendo, tentando.
Lembro que meu pai foi o assinante numero 2 da NetwayBBS, primeiro provedor de internet de da PB.
_Ainda sobre Lois Lane. Num dos filmes, ela sobe a Torre Eiffel do lado de fora do elevador em busca de uma notícia que poderia render um prêmio. O quão longe você iria por um furo jornalístico?
Eu acho que todo jornalista quer emplacar uma matéria exclusiva e furar a concorrência. Quando se consegue um nível de profissionalismo e se trabalha com ética, as notícias chegam sem muitos esforços. Nunca passei por uma situação de fazer coisas extraordinárias por um furo. Mas se a notícia vem até você, é sinal que você tem credibilidade. E é isso que acontece comigo.
_Quando você saiu da universidade demorou prá entrar no mercado? E mais, houve aquele choque academia/redação?
Quando eu comecei a cursar jornalismo, em 1999, sempre tive a preocupação de correr atrás de estágios. No 2º ano de curso, eu já estagiava numa agência de publicidade (9ideia), como redatora publicitária. Passei um bom tempo lá. Depois recebi a proposta de estagiar na produção da TV Correio. No último ano do curso, fui convidada pra ir pra assessoria de comunicação da Saelpa/Celb.
Fiquei lá quase dois anos e só saí pra começar a ser repórter da TV Correio e repórter da editoria de Economia do próprio Correio da Paraíba.
Acho que os estudantes devem procurar se infiltrar no mercado logo cedo. Você conhece as pessoas certas e quando acaba o curso é bem mais fácil ser efetivado porque as pessoas já conhecem seu trabalho.
_Repórter de Tv, jornal, apresentadora de programas policiais e de política. Tem alguma atividade preferida?
Eu acho vida de repórter a coisa mais bacana. Primeiro porque você conhece lugares e pessoas que você nunca teria oportunidade de conhecer se você não fosse repórter de rua. Gosto de contato com o povo, de contar as histórias pitorescas. Por isso gosto de ser prestadora de atenção.
Em relação a ser apresentadora de político é uma nova experiência. Nunca fui muito fã dessa área, mas depois que comecei, em Janeiro, peguei gosto. Mas a questão de eu exercer o trabalho no estúdio é totalmente diferente do meio da rua.
Procuro sempre fazer as matérias de política de um jeito que qualquer pessoa entenda. E acho que esse é o papel do repórter: descomplicar o que é complicado de se entender.
No JÁ, onde eu atuo como editora executiva é outra história, porque jornal impresso é totalmente diferente de texto de TV. E como o tablóide supre um gênero que não existia antes na Paraíba, se transforma num desafio todo dia. A linguagem é diferente e a abordagem também.
_Qual os momentos que você considera os mais marcantes de sua carreira?
Acho que o fato mais marcante foi quando aconteceu aquele incêndio no Presídio do Róger, não lembro bem a data exata (outubro de 2009 – NE). Mas eu me lembro que fui uma das primeiras a chegar ao local e me choquei bastante quando os agentes penitenciários começaram a retirar os presos queimados de dentro do presídio.
Era uma cena que eu nunca tinha visto e me chocou bastante. Nesse dia, a TV Correio ficou ao vivo do local, das 9h da manhã até as 15h. Entrei ao vivo em todos os programas da grade e ainda fiz três vivos nacionais para a Record News.
Fui um dia exaustivo. Acho que vai ficar marcado pra sempre.
Os momentos positivos, eu sempre falo que são quando ajudamos as pessoas. Quando fazemos matérias de apelo e as pessoas conseguem o que estavam precisando. Lembro de um casal que estava junto há quase 60 anos e o homem estava doente, precisando de fraldas. Os dois moravam num quarto bem pequeno.
Um dia após a reportagem o local não cabia de tanta coisa. Eu mesma voltei lá pra fazer a matéria e foi realmente emocionante.
_Tem alguma coisa na profissão que vc ainda não fez, mas tem vontade?
Eu tenho vontade de experimentar o rádio. Até hoje, de todas as mídias, essa foi a única com que eu ainda não tive oportunidade de trabalhar. Acho que deve ser bacana porque o feedback os ouvintes é imediato.
_Muita gente fala que nos bastidores os meios de comunicação são complicados, por causa dos egos, etc, Você acha o meio "perigoso"?
Eu acho que as pessoas têm que saber separar as coisas. Claro que alguns egos são inflados e em muitos casos isso é bem visível. Quem trabalha em TV, por exemplo, fica muito exposto. Tem muita gente que se acha o bambambam e por isso consegue ganhar a antipatia dos outros sem nenhum esforço.
_O mar, piña colada...quais suas paixões fora da redação?
Eu adoro estar com meus amigos. Amigos de verdade. É com eles que me divirto sem me preocupar com nada. Gosto do mar e sempre posso estou com o pé na área. O Piña Colada é um bar especializado em drinks que virou um refúgio. Toda semana eu e meus amigos nos encontramos lá pra jogar conversa fora. O local é agradável e os donos já se tornaram amigos.
Fora isso, sempre que dá, balanço o esqueleto. Gosto de rock e tenho amigos que tocam em bandas bacanas. Então é isso.
Ah, meu pai e meu irmão fazem um churrasco show de bola. E muitas vezes, à noite, quando chego em casa, tem um cheirinho bom de família.
_Haryanne Arruda em 140 caracteres:
Jornalista e prestadora de atenção em tempo integral. Escorpiana, bem humorada e viciada em chocolate. Doida pra que tudo dê certo.
Faltaram 9 caracteres (risos).