Wendel Rodrigues da Silva é Pernambucano, formado em jornalismo pela Universidade Católica e mora em João Pessoa há sete anos e meio. Filho de um professor e de uma comerciante ele está prestes a ser pai. Aos 30 anos, é um dos jornalistas mais premiados e respeitados do Estado.
T - Como você descreveria seu período na universidade?
W - Uma experiência proveitosa, importante e indispensável. Costumo dizer que é no ambiente acadêmico, onde os profissionais de comunicação começam a desenvolver o espírito crítico.
T - Quando foi que a Paraíba surgiu na sua vida?
W - Este é um relato que não gosto, mas amo fazer! Vamos lá: Passei minha infância e adolescência vindo pra João Pessoa. Aqui, moram a mãe e irmãs do meu pai. Portanto, vó e tias. Janeiro e julho eram meses sagrados. As férias sempre eram aqui. Portanto, minha identificação é antiga. Ainda na adolescência, eu comecei a vislumbrar morar aqui. Creio que a beleza, o ar, as características da cidade de João Pessoa tenham me encantado. Amo Pernambuco. Sou apaixonado pelo Recife, mas João Pessoa é diferente!
Após a faculdade, 2003, vim visitar minha vó e tias. Era repórter da CBN Recife. Estava de férias.Quando cheguei aqui, soube de uma TV que estava abrindo... Era a TV Miramar! Fiquei interessado, fiz uns contatos, uns testes de vídeo, texto e gostaram. Aí começou minha relação com a Paraíba. Aliás, relação que viveu um momento muito especial em 2005, quando me tornei cidadão paraibano. Uma honraria que muito me orgulha!
T - Depois da Miramar vieram CBN, Tv Tambaú e Correio?
W - Na TV Miramar, passei quatro meses. Foi uma experiência muito especial. Conheci pessoas, fiz amigos. Saí quando o pessoal da TV Assembleia me convidou pra fazer reportagens e criar um programa cultural. Criei e apresentei o Sétima arte por dois anos. Paralelo ao trabalho na TV Assembleia, eu fui trabalhar na CBN João Pessoa. Primeiro como produtor, depois como Âncora. Em 2005, saí para a TV Tambaú. Em 2008, fui para a TV Correio. Sim...em 2010, passei um período curto, mas maravilhoso na Record Brasília. Uma experiência mágica.
T- Nós nos conhecemos quando fazíamos especialização. Agora você está no mestrado. Pretende ingressar na carreira acadêmica?
W- É verdade, nos conhecemos na especialização! Na nossa turma tinha gente muito bacana: Lembro de Marquinhos Tomás, Lívia Karol, Claudia carvalho, Laerte Cerqueira e muitos outros profissionais queridos. Ainda na época da faculdade, eu tinha uma meta: viver tudo que o jornalismo poderia proporcionar. Isso representaria passear por todos os meios de comunicação(TV, Jornal, Rádio e online), fazer assessoria e ensinar. Este sempre foi um sonho. Dividir conhecimento, aprender diariamente, viver boas e intrigantes experiências com alunos foram alguns estímulos para ingressar no mestrado. E quando ingressei, eu me apaixonei. Estudo dois temas que me atraem: mídia e religião. Tem sido ótimo, mas, extremamente complexo para conciliar com as outras atividades profissionais e vida pessoal. No mestrado, você precisa publicar muito. E essa tem sido uma das minhas maiores preocupações. Felizmente, eu tenho conseguido!
T - Acha que uma coisa pode excluir a outra no futuro?
W - Boa pergunta. Eu, hoje, penso que não! Aliás, o meu desejo, desde a faculdade, era conseguir conciliar tudo! Estou conseguindo...e o melhor: adorando! Creio que os profissionais que estão nas redações têm uma contribuição importante a dar no ambiente acadêmico, especialmente para aproximar o curso do mercado de trabalho. Aliás, esse é um clamor constante dos alunos e dos próprios diretores de jornalismo dos meios de comuncação. Por isso, acredito que as duas atividades podem ser conduzidas ao mesmo tempo.
T - Por falar em batente, você é um jornalista bastante premiado no Estado e também nacionalmente. Quando foi que isso começou?
W - Isso começou ainda na faculdade! No segundo período, eu já fiz uma reportagem de rádio e enviei para um prêmio nacional de jornalismo. E um detalhe: de propósito, eu inscrevi o trabalho na categorias de profissionais. Pode? Já pensou? Claro que não ganhei. A ideia era boa, mas o texto era ingênuo e a edição simples. No entanto, o mais importante foi o certificado que a organizadora enviou. Aquele 'papel' me entusiasmou tanto, que foquei a minha carreira em prêmios. A meta era criar uma identidade de jornalista vencedor e, principalmente, com reportagens relacionadas com temas sociais. Graças a Deus, isso está sendo possível. Em oito anos de carreira, são 18 Prêmios de Jornalismo. Conquistas estaduais, regionais e nacionais. Só em 2010, foram quatro prêmios com uma unica série. E não quero parar!
T - Qual o fator determinante para este sucesso?
W - Eu me considero muito determinado. Mas também tenho a convicção de que essas conquistas são presentes de Deus. Nunca tive 'padrinho forte', indicação de gente 'influente' ou 'poderosa', muito menos 'pistolão'. Meus pais sempre foram(e são) muito simples. E como eu me orgulho disso! E esse orgulho é de estufar o peito e dizer que todo o esforço deles foi para me oferecer a melhor educação. Renunciaram muito por mim e por minhas irmãs. Por isso, eu passo horas...horas à frente do computador escrevendo um texto para que ele seja o mais fiel e próximo da realidade. Quando eu me apaixono por uma pauta especial, passo madrugadas estudando, aprendendo, telefonando e elaborando a melhor forma de repassar o assunto para as pessoas. E quando a reportagem vai ao ar... é um momento muito especial.
T - Depois do efeito Sheherazade, você não acha que seus prêmios podem te levar para um centro maior?
W - Tive a alegria de trabalhar com Rachel. Ela sempre foi íntegra e muito profissional. Apenas está 'colhendo' o que 'plantou'. As pessoas sempre me perguntam isso. Eu digo pra você, de coração, que sou muito feliz na Paraíba. Muito feliz mesmo. Agora, claro, irei adorar receber um convite semelhante. Quem não gostaria? Mas o mais importante é saber que não condiciono minha felicidade a isso. Nos últimos dois anos, já houve a oportunidade de trabalhar em Curitiba, mudar para Brasília e voltar ao Recife. Por uns detalhes, as negociações não prosperaram. E da maneira como foram postas não seriam tão interessantes pra mim, minha mulher e minha bebê, que chega em poucas semanas. O relevante é ter a convicção de que, pra onde eu for, farei o jornalismo que sempre fiz: verdadeiro, social e com resultados.
T - Pra encerrar: o que vc vai dizer quando sua filha terminar o 3º ano e disser "Papai, vou fazer vestibular para jornalismo?"
W - (Risos) Eu vou responder: 'Filha, você está disposta a renunciar um pouco da sua vida pessoal, trabalhar nos fins de semana e feriados, mas contribuir com mudanças sociais, ouvir relatos encantadores e elaborar reportagens únicas? Se ela disser 'sim', eu serei o primeiro a ensinar o que tenho aprendido e vivido como jornalista.
Entrevistado e entrevistador (Wendell e Hebert): duas pessoas que eu adoro, amigos q fiz nesta jornada jornalística - pessoas com que quem adoro trabalhar e rir de vez em quando!!!
ResponderExcluirDois grandes jornalistas, um entrevistando e outro sendo entrevistado. Sensacional a última pergunta! A resposta idem! Abraços!
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