sexta-feira, 13 de maio de 2011

ABOLIÇÃO, EXCLUSÃO, EQUÍVOCOS E ESPERANÇAS

Quando a escravidão foi abolida a caminhada dos afro-descendentes brasileiros estava apenas começando. Tanto tempo depois, as senzalas não tem muros e a opressão é tácita, educada. Ainda hoje as populações negras estão no topo do analfabetismo e da lista das vítimas de homicídios entre jovens. 
A lei e os governos tentam diminuir as diferenças, mas as letras no código não fazem tanta diferença assim. Um racista não vai deixar de sê-lo por conta de um parágrafo da constituição. A questão tem que ser combatida na raiz cultural.
Além disso, em nome de reparações históricas se comete outras injustiças como o sistema de cotas das universidades. Imagine que você é um garoto branco e pobre, que a duras penas conseguiu uma boa pontuação no vestibular. Como se sentiria ao saber que seu vizinho negro, que pontuou menos, vai entrar na universidade e você vai ficar de fora e perder a perspectiva de uma vida melhor? Isso não é discriminação? É sim. Com o branco, que mesmo tendo méritos, vai ser prejudicado. Com o negro, que está recebendo uma "mãozinha", como se não tivesse capacidade e que, eventualmente, vai ser vítima de preconceito por ter ingressado através do sistema de cotas.
No Brasil a maior discriminação é a pobreza. Se o sistema de cotas contemplasse - a exemplo do ProUni (pelo menos na teoria) - as populações menos favorecidas, estaria beneficiando os negros e pardos, que são a absoluta maioria nesse extrato social. O problema seria resolvido sem causar distorções ou injustiças, já que os "excluídos" seriam os mais ricos, que poderiam migrar para as universidades particulares sem maiores problemas.
De uma coisa estamos certos, as Universidades têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa. 
Quanto a nós, é preciso trabalhar, dia após dia, para que a enraizada semente do preconceito seja extirpada de nosso corações e mentes.

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O vídeo a seguir mostra a comunidade quilombola de Caiana dos Crioulos, na cidade de Alagoa Grande. A reportagem foi exibida no Correio Espetacular, da TV Correio/Record PB, em 2008. Fica aqui como nossa homenagem ao dia em que a desumanidade da escravidão foi oficialmente extinta em nossa terra.


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