sexta-feira, 6 de maio de 2011

SOBRE JORNALISMO E GALOS DE BRIGA


É difícil de entender como algumas categorias podem ser tão corporativistas, combativas no que diz respeito aos seus direitos, conscientes de sua unidade, ao mesmo tempo em que outras são tão desunidas e auto destrutivas.
Presenciamos há algum tempo a luta dos policiais militares de todo o país pela PEC 300, que pode garantir uma melhoria salarial substancial para eles.
A propósito, alguém aí viu alguma manifestação dos jornalistas paraibanos pela PEC 033/09? Bem, existe uma boa chance do amigo leitor nem saber do que se trata. A PEC 033 é a PEC do diploma e visa regulamentar a profissão de jornalista e ressuscitar a exigência da formação acadêmica para o exercício. Pois bem, alguém aí encontrou uma passeata de imprensados pela aprovação da emenda?
A resposta é não. Uma categoria desmobilizada e individualista não seria capaz. Por isso os salários continuam baixos, a carga horária pesada, o segundo emprego e os "tocos" ainda não foram abolidos - se bem que a infame raça dos toqueiros receberia uns trocadinhos mesmo que ganhasse salário de rei.
Mas, fora esta questão, temos presenciado uma das mais ridículas expressões da pequenez que tomou conta de nossa imprensa: a troca de farpas, e mesmo ofensas, entre profissionais de comunicação. E o pior, tudo por causa de posicionamentos e apadrinhamentos políticos. Esta semana pude presenciar um caso em Guarabira, mas o fato está longe de ser isolado. A imprensa estadual está cheia disso. Como galos de briga eles se engalfinham, numa luta onde só quem leva vantagem são os donos e só quem se machuca são os próprios galos.
Os colegas esquecem que, antes de lados ou preferências políticas, nós somos membros de uma só categoria. O companheiro que ironizamos, desprezamos ou atacamos hoje, pode estar na mesma empresa que nós amanhã. Pode inclusive estar numa posição de maior destaque que a nossa. Podemos até precisar da boa vontade dele na busca de um emprego, depois de uma das viradas da maré da vida. 
Enquanto não entendermos isso, continuaremos sendo uma categoria desprestigiada e inexplicavelmente arrogante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário